24 maio Reciclagem de plástico: conheça o processo
O plástico é um dos principais companheiros do dia a dia da sociedade. Ele está nas embalagens dos produtos, da indústria de alimentos à de construção civil, nas sacolas dos supermercados, nas garrafas de sucos e água, enfim, por todos os lados.
No entanto, muita gente faz o descarte incorreto, o que contribui com a poluição do meio ambiente. Afinal, são mais de 400 anos para encerrar o processo de decomposição no solo — e fica atrás apenas do vidro, que leva mais de mil anos.
Dessa maneira, a reciclagem do plástico é uma das alternativas para evitar a degradação do planeta, bem como criar novas mercadorias, renda e oportunidades para muita gente. Você conhece o processo de reciclagem de plástico? Nós o mostramos neste post. Siga conosco e boa leitura!
Conheça as características do plástico
Apesar de disseminada desde a década de 1970, a reciclagem do plástico ainda não é regra para milhões de brasileiros. Afinal, um terço do lixo produzido nos lares é composto por embalagens, mas 80% delas são descartadas após serem usadas apenas uma vez.
Como consequência, os aterros estão sobrecarregados e os oceanos, poluídos em diversos países. Somente no Brasil, cerca de 25 mil toneladas de embalagens vão parar, diariamente, nos depósitos de lixo — o que representa um grande problema ambiental e de saúde pública.
Diante disso, a reciclagem é a solução para transformar o plástico, que inclusive tem no nome o significado de “aquilo que pode ser moldado”. Tudo graças à flexibilidade proporcionada pelos polímeros — um derivado do petróleo, com características positivas, como durabilidade, resistência, longa vida, baixo peso entre outras.
Assim, o processo de reciclagem consegue reaproveitar quase todos os tipos de plásticos, do politereftalato de etileno (o conhecido PET usado em garrafas) ao cloreto de polivinila (PVC). Já as fraldas descartáveis, os adesivos e as embalagens com lâminas metalizadas, como as dos bombons, não podem ser reciclados.
Descubra como é o processo de reciclagem (pós-consumo)
A reciclagem do plástico é composta por três fases: coleta/separação, revalorização e transformação. Na primeira, cada tipo vai para um local distinto. Na revalorização, ele volta a ser matéria-prima e, posteriormente, na transformação, vira um novo produto.
Assim, o processo começa com o recebimento das matérias-primas trazidas por associações de catadores, empresas de coleta seletiva ou sucateiros. Em seguida, é feita a triagem para a separação dos plásticos de acordo com o tipo. Esse é um momento importantíssimo, pois é quando o material começa a ser revalorizado.
O próximo passo é colocá-lo em um moinho, onde também pode ocorrer sua lavagem e sua secagem. Pode ser, ainda, que o material passe por um processo de aglutinação, em que é aquecido, aditivado e homogeneizado, de forma a contribuir com a densidade na entrada na extrusora, que vai fundi-lo e transformá-lo em matéria-prima novamente.
É durante o processo de extrusão que a matéria-prima é transformada, picotadas ou ensacadas. Dessa forma, fica pronto para ser encaminhado às fábricas de artefatos plásticos e pode ser reutilizado na forma pura, misturada com resina virgem ou com outros materiais. De maneira geral, os procedimentos funcionam como descritos a seguir.
Separação
Essa etapa é fundamental para assegurar que o plástico esteja em condições de permanecer no sistema de reciclagem. Como o material é admitido para todo tipo de uso — embalagem para alimentos, sacolas, frascos de cosméticos e outros —, essa separação é muito importante.
Fragmentação (ou moagem)
É quando os resíduos são direcionados ao moinho.
Lavagem e separação
Os fragmentos (ou flakes) são lavados com água e aditivos para limpeza. Depois, são separados de acordo com a densidade: os materiais mais densos afundam, enquanto os mais leves ficam na superfície.
Secagem
Grandes secadores com circulação de ar quente deixam os produtos prontos para a próxima etapa.
Extrusão
O sistema de extrusão pode ser do tipo espaguete ou imerso em água. No primeiro caso, o material fundido sai da matriz em forma de espaguetes contínuos que são submersos em água para serem resfriados. Posteriormente, eles são picotados em um granulador específico.
No sistema de granulação imerso em água — ou tipo “corte na cabeça” — o material fundido é cortado (granulado ou peletizado) diretamente na matriz por facas rotativas e imediatamente imerso em água para ser resfriado. Depois, é seco em equipamentos apropriados (do tipo centrífuga).
No sistema que faz o ensaque, o material é automaticamente pesado, embalado, conferido e armazenado. Após essa etapa, então, está finalmente pronto para a venda.
Veja quais são os tipos de reciclagem
Existem três diferentes tipos de reciclagem de plástico. Eles ocorrem antes que o material seja transformado em um novo produto. Leia, a seguir, para aprender mais sobre cada um deles.
Reciclagem química
Trata-se de um processo em que os plásticos selecionados são transformados por meio de uma reação química ou térmica de despolimerização. Essa técnica recupera os componentes químicos individuais.
Assim, é aberto um caminho para a mistura de plásticos diferentes e ainda podem ser aceitos outros materiais, como tintas e papéis. O processo é muito utilizado para a produção de matéria-prima em refinarias ou centrais petroquímicas.
Reciclagem mecânica
Esse é o método mais popular de reciclagem e contempla a moagem, a lavagem, a separação, a secagem e a extrusão. Ou seja, é a conversão dos descartes plásticos pós-industriais ou pós-consumo em grânulos que serão usados na produção de outros itens.
Reciclagem energética
Esse tipo de reciclagem utiliza processos térmicos para recuperar a energia contida nos plásticos. Trata-se da geração de energia elétrica por meio do uso do produto como combustível.
Isso porque a energia existente em 1Kg de plástico é comparável à que existe em 1Kg de óleo combustível. O processo é econômico, mas não é indicado para a reciclagem, pois a incineração reduz em até 90% o volume do material.
Veja os desafios da reciclagem de plástico no Brasil
Apesar de todas as vantagens para o meio ambiente e o setor econômico, a reciclagem de plástico ainda precisa de muitos avanços no Brasil e, principalmente, de novos investimentos tanto do setor público quanto do privado.
Em um levantamento com 11 mil empresas da indústria nacional de transformação de plástico, verificou-se que somente 21% delas recicla o produto pós-consumo no país. No entanto, o dado revela uma realidade melhor no setor do que em países desenvolvidos, como Reino Unido, França e Finlândia.
Das 3,26 milhões de toneladas de plástico produzidas aqui em 2012 pelo pós-consumo, 684 mil foram recicladas, de forma a contribuir com o meio ambiente. Esse negócio rendeu R$ 2,5 bilhões em apenas um ano.
No entanto, existe um longo caminho a ser percorrido para aumentar o índice de reciclagem de plástico. Só assim a população e os empresários de diferentes setores da economia vão criar mais consciência.
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