03 maio Conheça o polietileno de alta densidade e suas propriedades
Tais tipos são conhecidos como polietileno de baixa densidade (PEBD), linear de baixa densidade (PELBD), de ultra-alto peso molecular (PEUAPM) e o de ultrabaixa densidade (PEUBD).
Dessa forma, por meio de pequenas diferenciações, foi criado o PEAD. Esse material foi desenvolvido com a intenção de formar um combustível líquido, porém acabou originando o polietileno de baixa densidade e, apenas após alguns estudos, chegou-se a composição e características que conhecemos hoje.
Ficou interessado no assunto? Neste artigo vamos falar um pouco mais sobre esse composto, o polietileno de alta densidade. Continue a leitura e confira!
O que é um PEAD?
O polietileno de alta densidade é formado por uma cadeia C2H4 ou CH2, em que carbonos e hidrogênios passam por um processo de polimerização com catalisadores (Ziegler-Natta ou Phillips) utilizados sob pressões entre 10 a 15 atm. e temperaturas de 20ºC a 80ºC em meio de hidrocarbonetos parafínicos, compostos alquil-alumínio e sais de Níquel, Cobalto, Zircônio ou Titânio que ativam sua reação.
Sua estrutura de cristalização, que ocorre de forma linear e não por ramificação em longas cadeias, confere características de densidade e resistência maiores, principalmente a ácidos e solventes.
Onde ele é utilizado?
É um composto muito utilizado:
- na área hospitalar;
- para o armazenamento de alimentos;
- em embalagens;
- na construção civil;
- em geomembranas, na forração de aterros sanitários para proteção ambiental;
- na fabricação de artigos pirotécnicos;
- na composição da madeira plástica confeccionada a partir de plástico reciclado;
- em paletes plásticos para evitar a contaminação cruzada de produtos perecíveis com o ambiente.
Quais as principais características do PEAD?
É um dos materiais mais utilizados pelo seu custo-benefício. Oferece dureza, resistência térmica, mecânica e química, é atóxico, leve e de fácil corte (área lisa). Podemos destacar ainda, algumas especificidades como:
- densidade entre 0,940 g/cm3 e 0,970 g/cm3;
- índice de refração de 1,54;
- temperatura de fusão entre 128°C a 135°C;
- temperatura de fragilidade entre -140°C a -70°C;
- condutividade térmica entre 0,46 W/mK e 0,52 W/mK;
- calor de combustão de 46,0 Kj/g.
Quais são os tipos de polietileno?
Além do PEAD, que pode ser processado e moldado por sopro, extrusão e injeção, existem 4 tipos de polietileno:
Polietileno de baixa densidade
Pode ser processado por sopro, extrusão ou injeção, muito utilizado na fabricação de embalagens alimentícias (sólidos e líquidos), industriais, agrícolas, farmacêuticas e hospitalares, alguns brinquedos, utensílios domésticos e revestimentos de tubos e mangueiras.
Polietileno linear de baixa densidade
O PELBD possui elevada capacidade de selagem em altas temperaturas, muito utilizado por supermercados em embalagens de alimentos, em filmes industriais, fraldas descartáveis, absorventes higiênicos, lonas, brinquedos, produtos farmacêuticos e hospitalares.
Polietileno de ultra-alto peso molecular
Apresenta-se em forma de pó, para ser prensado e utilizado na indústria alimentícia, química, farmacêutica e de mineração para fabricação de itens como perfis, guias de desgaste, roletes para esteiras, produtos médicos, entre outros.
Polietileno de ultrabaixa densidade
Seu principal uso é como resina modificadora.
Quais são as principais aplicações do PEAD no mercado?
PEAD na construção civil
O polietileno de alta densidade é mais vantajoso em relação ao PVC e a outros materiais devido a:
- sua resistência mecânica por altas pressões, suportando cargas verticais;
- solda facilitada;
- durabilidade relacionada ao impacto, ataque químico e abrasão;
- vida útil longa (50 anos);
- eficiência hidráulica, já que um tubo liso proporciona fluxos superiores;
- fácil instalação conferida pela sua leveza, inclusive no manuseio;
- flexibilidade;
- capacidade de adaptação;
- segurança por meio de articulações facilmente soldadas.
Além disso, algumas dessas características possibilitam uma alta performance na produção industrial de tubos em detrimento do PVC. Seu uso é incluído ainda em tubulações de gás e de mineradoras.
Produtos mais comuns feitos com Polietileno de alta densidade
O PEAD é utilizado na fabricação de garrafas de bebidas não carbonatadas, tambores, reservatórios de combustível para carros, brinquedos, utilidades domésticas, embalagens de produtos químicos, recipientes de detergentes, cloro e ácidos, caixas, tubos de água e gás, dutos de irrigação, drenagem e esgoto, tubos corrugados, canos condutores de cabos elétricos e de telecomunicações, mesas e cadeiras dobráveis, sacos plásticos, base de morteiros, entre outros itens.
Quais as vantagens de se utilizar o Polietileno de alta densidade?
Além da facilidade de aquisição e quanto à reciclagem, ele não oferece riscos associados ao Bisphenol-A, que causa problemas ambientais e de saúde à população.
Suas vantagens são mantidas em algumas aplicações em comparação com vidros, metais e madeiras do tipo compensado, principalmente pelas suas características, que oferecem mais flexibilidade ao mercado.
Como é o processo de reciclagem do PEAD?
Produtos feitos a partir de polietileno de alta densidade oferecem maior impacto ambiental, já que não são rapidamente biodegradáveis na natureza. Apesar disso, podem ser facilmente reciclados por empresas que desejam otimizar a sua gestão financeira e a sustentabilidade do seu negócio.
Características da reciclagem
- não existe restrição para a reciclagem do PEAD;
- ocorre principalmente do reaproveitamento de embalagens plásticas, bombonas e sacolas;
- oferece alta performance, já que demanda 1,75 kg de petróleo para a fabricação de 1 kg do material;
- seu símbolo de reciclagem é o número 2.
Dificuldades no processo de reciclagem
No processo de reciclagem do PEAD não pode haver a mistura desse material com o polipropileno, além de demandar cuidados especiais por dois fatores:
Separação
Dificultada pela existência de diversos tipos de materiais, com características altamente distintas, verificadas pelo tamanho da embalagem, peso, densidade e morfologia específica.
Dessa forma, o processo de reciclagem é dificultado, já que no momento da separação são avaliadas a estrutura molecular e a morfologia do produto, o que caracteriza muitas vezes o descarte, pois não pode originar nada específico.
Adição de silicone
A adição de silicone para vedação na construção civil também oferece outra desvantagem preocupante na reciclagem do PEAD. Como a bisnaga em que o silicone é armazenado é descartada junto com o restante de material, quando são recebidos nas empresas de reciclagem a separação também é dificultada. Durante o seu processamento essa diferença de origem não é percebida, mas o resultado final não é tão bom.
Como é caracterizada a reciclagem de PEAD no Brasil?
Há oportunidades significativas para o Brasil quanto a políticas públicas, por meio de iniciativas, como a extinção da tributação na coleta e no reprocessamento de plásticos, por exemplo, cuja cobrança onera toda a cadeia no Brasil.
Por outro lado, novas tecnologias implementam eficiência no setor: um exemplo disso são as embalagens feitas com o “Polietileno Verde”, desenvolvido a partir da cana de açúcar.
Essa tecnologia é imprescindível para justificar o uso do polietileno de alta densidade, já que ela pode ser produzida por fonte renovável que gera um insumo 100% reciclável.
Além disso, muitas empresas começaram a utilizar essa matéria-prima verde, cujo etileno é oriundo de uma fábrica de bioetanol brasileira, em detrimento de produtos PET, altamente poluidores.
O polietileno de alta densidade é amplamente utilizado no mercado pela sua versatilidade, mas esse uso deve ser justificado por medidas sustentáveis, por meio da adoção de insumos plásticos reciclados, oriundos do pós-consumo.
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